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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ESQUECIMENTO PREMATURO


Niel, sétimo da equerda para direita, na Seleção Sosseguense de Futebol

 A vida nos prega peças às vezes inexplicáveis. Quantos e quantos homens famosos, mitos da sua época, foram esquecidos. Inúmeros. Não adianta nem citar nomes que nem mesmo os do seu tempo conseguiriam lembrar o que fizeram ou deixaram de fazer. O esquecimento é praxe da humanidade, com raríssimas exceções.

Sem ir muito longe, exemplificando pessoas de nosso meio, da Paraíba, da nossa cidade de Sossego, temos casos de esquecimentos prematuros que prendem a atenção de quem viu, viveu e deixou de lado. Refiro-me ao jovem Antoniel Fabrício Alves da Costa, conhecido nas hostes esportivas por Niel.

A fatalidade ceifou-lhe a continuidade na vida esportiva por estar postado numa cadeira de rodas, vitima de problema na coluna vertebral que o fez deixar de fazer o que mais gostava: jogar futebol. Isso se leva ao fato do acidente sem, porém, obrigar ao esquecimento dos muitos que o aplaudiam a beira do campo.

Não faz muito tempo. Três anos, mais ou menos. Pouco tempo para relevado esquecimento. Os jovens de hoje, em sua terra natal, aqueles que o viram jogar, foram tantas vezes integrantes de grupos que aplaudiam as jogadas pela esquerda do melhor lateral da região do Curimataú e Seridó paraibano.

Mas os ídolos caem no esquecimento de maneira tão rápida que Niel não seria uma exceção, como gostaríamos que fosse. Os aplausos de ontem poderiam se transformar nas visitas de hoje, No conforto espiritual, material, mesmo porque o físico, o atlético, por enquanto não está sendo possível.

O jovem alegre externamente, certamente triste internamente, transmite à todos otimismo e esperança de voltar a sua vida de outrora e ainda receber os aplausos que ontem soavam em seus ouvidos como incentivo a fazer melhor na próxima jogada. Sua casa está sempre aberta para receber os amigos.

Até eu, que o visitei profissionalmente, deixei de levar conforto e esperança. Falhei, confesso, mas a obrigação maior cabe aos seus conterrâneos, seus amigos das peladas e jogos no “Biduzão”. Um pouco de carinho, de presença, mesmo que seja para confortar alguém necessitado, faz bem ao égo.

Mesmo tardiamente chegou o momento de mostrar à Niel que ele continua em nossos corações. Que sua alegria com a bola no pé pode continuar, mesmo que seja fora do campo de jogo. Niel, que há mais ou menos três anos era orgulho do sosseguense, continua nos dando esse prazer porque está vivo e esperançoso.

Hoje a tecnologia aproximou os impossibilitados de locomoção viver uma vida bem parecida com que vivia antes. Primeiro é querer. Segundo o apoio da família. Terceiro métodos tecnológicos que enriquecem o lar, o ambiente, com sorrisos e palpitações explosivas no comando de um botão de TV ou similar.

Não esqueçamos Niel. Ele foi vitima da fatalidade, da sua juventude na ânsia de conhecer mais e mais. Não tem culpa de se encontrar impossibilitado de locomoção. Foi desígnio de Deus e quando Ele, Deus, quiser Niel voltará a ser o mesmo de quando recebia aplausos a beira do gramado.

Todos nós devemos confiar em Deus, como ele confia. Seu gesto alegre, sua confiança na medicina e fé Naquele que decidiu pelo seu destino, o leva a receber amigos e admiradores com a mesma simplicidade de ontem. Não vai poder driblar, chutar, comemorar uma grande jogada. Mas vai explodir de emoção com a sua visita.

(Matéria P/P Adamastor Chaves)

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