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quarta-feira, 5 de junho de 2013

sexta-feira, 31 de maio de 2013

PICUÍ-PB: O guerreiro do Seridó está chegando.

A história de Jailson da Costa Dias é um testemunho autêntico do que acontece com os jovens estudantes da zona rural do Seridó paraibano. Para vencer os obstáculos do cotidiano, eles debulham silenciosamente um rosário na luta contra o preconceito, a exclusão e a falta de oportunidades na vida.
Infelizmente, nem todos conseguem ter a mesma persistência e obstinação de Jailson, aluno regular do Curso Técnico de Edificações Integrado ao Médio do Campus Picuí. Acompanhe, então, neste capítulo da história do garoto galego e franzino que sonha com um futuro profissional próspero na área de arquitetura.
“Quero ser como o arquiteto brasileiro Oscar Niemeier que pensou grande e empreendeu uma carreira de sucesso”, afirma o jovem com seu sorriso ousado, apontando como referência profissional a figura-chave do desenvolvimento da arquitetura moderna.
O garoto nascido no sítio Sombrio, distrito do município de Sossego, 242 km distante da capital João Pessoa, trabalhava, até pouco tempo, na roça em uma economia familiar com seus pais e os três irmãos, sendo duas mulheres e um homem. A história dele parece comum, mas na verdade é extraordinária.
A vida na área rural não é fácil e por essa razão Jailson está aos pouco deixando para trás o lugarejo onde morava com os seus pais. Ele está convicto de que sua humildade atávica é coisa do passado e que minimizar suas limitações é algo imprescindível para potencializar o equilíbrio emocional.
“Estava cansado da rotina de acordar às cinco da manhã, depender da carona do transporte oferecido pela prefeitura e de ter, muitas vezes, que caminhar alguns quilômetros para a escola”, relembra o jovem, o esforço desprendido pelos jovens campesinos para não interromperem os estudos na flor da idade.
Quando a prefeitura de seu município instituiu a política de contenção aos gastos com transporte escolar, Jailson percebeu que necessitava fazer uma reflexão e ver se valia apena continuar a luta.
Foi então que apareceu uma luz no fim do túnel. Um feixe luminoso empunhado por um companheiro do sítio sinalizava a existência de mais uma oportunidade que acabara de surgir no cenário da educação do Seridó. “Um tal de Instituto Federal da Paraíba”, disse o amigo ao convidá-lo para o certame que abriria as portas da educação técnica e profissional para Jailson, em 2010.
Ele lamenta o insucesso do amigo, mas é grato pelo seu incentivo. Jailson sempre recebeu, também, apoio dos pais para os estudos e nunca desperdiçou as chances, mesmo nos tempos de maior precariedade no sitio onde morava.
Hoje, ele está firme e inabalável em seus estudos no Campus do Instituto Federal da Paraíba na cidade de Picuí. Em dois anos, já conquistou duas menções honrosas na OBMEP – Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas públicas. Puxar cobras para os pés com a enxada, estudar debaixo de uma árvore e escrever no chão parece que o estudante de fisionomia alemã passou a borracha.
Com a ajuda dos pais na alimentação que vem do sítio, Jailson está morando na cidade de Picuí, bem próximo ao Campus. Ele é um dos 21 bolsistas de iniciação ao trabalho contemplados pela Unidade, recebendo o auxílio de R$ 200 para o aluguel da casa, compra de roupa e dos produtos de higiene pessoal.
Oportunidades e conquistas dessa natureza estão curando as feridas de Jailson. Não obstante estão removendo as cenas indesejáveis de sua mente.
“O que me faz bem no IFPB é saber que tenho professores que ensinam com amor, sabem repassar os conteúdos e me auxiliam nas aulas práticas no laboratório”, destaca Jailson, sequenciando uma série de referências ao meio acadêmico do Campus Picuí, tais como o fato de operar computadores de boa performance e manipular ferramentas como autocad. “Antes eu fazia apenas os meus croquis (desenho feito em lápis e papel), hoje já consigo brincar com meus desenhos em 2D”, cita.
Este capítulo da história do estudante da zona Rural Jailson Costa Dias não é suficiente para mostrar a complexidade do mundo em que vivem os jovens campesinos, mas serve de ilustração e para compreensão de que, hoje, a alta estima do garoto que sonha um dia ser arquiteto está para o mundo das conquistas assim como a longevidade esteve para Oscar Niemeyer.
Hoje é sexta-feira prenúncio do final de semana. Nada melhor do que relaxar ao som de Jorge Benjor – Os alquimistas estão chegando. Para assistir ao vídeo clique AQUI.
     sossego news.         Filipe Donner – Coordenador de Comunicação Social do IFPB

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